Mais do que um incômodo social e desconforto para os familiares, o ronco é um sinal de alerta, principalmente para quem convive com alguém que tenha. Classificado como um dos distúrbios do sono, o problema pode se apresentar em conjunto com a apneia obstrutiva e está relacionado com a dificuldade da passagem do ar pelas vias aéreas.
Atualmente, o ronco e a apneia são reconhecidos até como possíveis causadores de problemas cardíacos; e o sistema circulatório de quem tem apneia tem características de que envelhece precocemente. Ainda há estudos que relacionam quadros de morte súbita à apneia obstrutiva.
Diversas pesquisas também já mostraram que a síndrome está associada ao aumento na incidência de infarto do miocárdio, AVC, arritmia cardíaca.
Já a hipertensão arterial é encontrada em 70% a 90% dos que sofrem de apneia do sono. E de 30% a 35% dos pacientes que apresentam hipertensão por diversos motivos também são portadores da apneia.
Cada um com suas características, os dois causam muito desconforto e são perigosos para a saúde. E como se manifestam? Durante o sono, o tônus muscular do pescoço e da faringe diminui, o que causa um estreitamento do espaço faríngeo, e o volume de ar necessário precisa ser inspirado a uma velocidade maior, ocorrendo a vibração de tecidos moles como palato mole, úvula, língua e outros. A esta vibração damos o nome de ronco.
Já a apneia obstrutiva do sono é a interrupção da respiração pelo fechamento da passagem do ar na garganta. Esse fechamento pode demorar vários segundos, e a pessoa só volta a respirar quando um reflexo do organismo consegue reabrir a passagem do ar. Esse “dorme e acorda” (sono fragmentado) pode se repetir até 300 vezes numa única noite, fazendo com que o descanso seja praticamente impossível.
E como podem ser diagnosticados?
A maneira convencional para o diagnóstico do ronco e da apneia é a observação, quando são identificadas as características dos distúrbios que são os ruídos altos e os “despertares” recorrentes causados pela apneia, que possuem aspecto de falta de ar. O Dr. Jader Rebouças, da Cliaod, explica que a observação pode até ser feita em casa pelos familiares ou por quem durma por perto, e um exame mais preciso é necessário para um diagnóstico médico correto. “Nestes casos, a indicação é que seja feita a polissonografia, uma monitoração do sono por equipamentos eletrônicos”, explica o otorrinolaringologista.
Fatores agravantes
Algumas situações contribuem para o aparecimento do ronco e da apneia:
- amídalas e adenoides aumentadas;
- dormir de barriga para cima;
- obstrução crônica do nariz por causa de tumores, desvio de septo nasal, pólipos nasais e hipertrofia dos cornetos;
- uso de álcool, tabaco, medicamentos à base de benzodiazepínicos;
- queixo projetado para trás, que faz recuar a base da língua;
- obesidade, que favorece a infiltração de gordura na faringe;
- refluxo gastroesofágico.
Na presença de mais de um destes fatores, há uma tendência ao maior risco do estreitamento da faringe e, consequentemente, da apneia.
Tratamentos
Por conta de todo o processo ocorrer no sistema respiratório, é preciso que haja, em primeiro lugar, a desobstrução das vias aéreas. O ronco e a apneia também podem ser tratados com aparelhos para auxílio respiratório ou até uma intervenção cirúrgica, indicada para a remoção de obstáculos e correção de distúrbios anatômicos que dificultam a passagem de ar. A perda de peso, no caso de pacientes obesos, e evitar dormir na posição supina, de barriga para cima, são medidas mais simples e igualmente úteis.
Sobre o Dr. Jader Rebouças
Graduado em Medicina na Escola de Medicina e Saúde Pública de Salvador, Bahia. É especialista em Otorrinolaringologia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Associação Brasileira em Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), com capacitação em Polissonografia pelo Instituto do Sono de São Paulo. Além da atuação na Cliaod como sócio proprietário desde 2002 – onde realiza atendimento com ênfase na cirurgia, é médico otorrinolaringologista do Hospital de Base e coordenador do Programa de Residência Médica. Também é membro de Banca Examinadora de título de Especialista na Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia.
Cliaod – Clínica de Otorrinolaringologia
Sabe há quanto tempo a Cliaod está no mercado? Há 21 anos. Tudo começou no ambulatório e no pronto-socorro de um hospital particular, no Distrito Federal. Aos poucos, veio o reconhecimento pelo serviço prestado. Com isso, a demanda aumentou e foi preciso ampliar a estrutura.
Atualmente, a Cliaod conta com dez especialistas – otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos – focados em oferecer um atendimento de excelência e humanizado, em que cada paciente é visto como único. A equipe trabalha centrada em valores como competência, respeito e ética.