Deficiências auditivas: estatísticas e diagnóstico

Dados da Organização Mundial da Saúde, OMS, apontam que cerca de 32 milhões de crianças no mundo todo tenham alguma perda auditiva incapacitante. E nesta fase, os sinais que indicam o problema podem não ser tão claros e confundidos com falta de atenção ou dificuldades de aprendizagem.

Os dados da OMS também dão conta de que, dentre os principais problemas que causam a deficiência, 40% são fatores genéticos, 31% surgem por infecções, como rubéola, meningite, sarampo, otites e caxumba, e 17% são causados por problemas relacionados ao parto, como prematuridade, baixo peso ou complicações durante o nascimento.

Já nas crianças maiores e adolescentes, muitos problemas auditivos têm sido causados pelo uso exagerado dos fones de ouvido em volumes altos, conectados a tablets e smartphones. No Brasil, os últimos dados do IBGE mostram que quase 10 milhões de pessoas têm deficiência auditiva.

O que é a audição

A audição é considerada um dos mais complexos sistemas do corpo humano. As vibrações dos sons captadas pelos ouvidos passam por pequenas estruturas que os transformam em impulsos elétricos. Os estímulos são enviados ao cérebro que faz a decodificação e a interpretação, o que possibilita a compreensão dos sons. Qualquer alteração nesse processo pode prejudicar a dinâmica auditiva.

A fonoaudióloga Dra. Vanessa Furtado, da Cliaod, explica que a perda de audição pode ser leve, quando existe dificuldade para escutar ou compreender com pequena distância ou volume baixo, ou moderada, quando não se consegue escutar em volume normal e próximo ao locutor. “Já a perda severa é caracterizada pela incapacidade de ouvir sons abaixo de 70 decibéis, a altura de um aspirador de pó, por exemplo”, esclarece a fonoaudióloga.  Ela ainda completa que o nível profundo de perda é a condição mais grave dos problemas auditivos, quando o indivíduo não é capaz de ouvir sons abaixo de 90 decibéis, quase o som de uma turbina de avião – que atinge cerca de 100 decibéis e é preciso usar gestos e leitura labial para se comunicar.

De acordo com a Dra. Vanessa, o mais importante é que existem soluções. “Para cada grau de perda auditiva existe uma conduta específica, mas todas elas podem se beneficiar com o uso de próteses auditivas, sejam implantáveis ou não”. Ela acrescenta que a perda auditiva pode trazer dificuldades no convívio familiar e social. Portanto, quanto antes forem realizados o diagnóstico e tratamento, menor serão os transtornos no dia a dia do indivíduo.

Exames

Uma das formas de se detectar problemas auditivos logo no início da vida é o chamado “teste da orelhinha”, que identifica as alterações auditivas em estágio inicial. No Brasil, desde 2010, todos os hospitais e maternidades são obrigados a realizar o exame de forma gratuita nos recém-nascidos. Ele é eficaz para detectar perdas de audição precoces e os resultados podem ser confirmados com a realização de avaliações audiológicas complementares e, se houver suspeitas de surdez genética, o bebê também deve ser avaliado por meio do Teste de Surdez Genética.

Já na infância, adolescência, juventude ou fase adulta, existem outros exames para avaliar como está a saúde dos ouvidos:

Audiometria tonal e vocal: avaliação que identifica os limiares da audição em cada ouvido, separadamente.

Impedanciometria ou imitanciometria: mede a resistência da membrana do tímpano, verifica o funcionamento do sistema ossicular, da tuba auditiva e do tímpano e é eficaz para a identificação de otites, doenças da orelha média, como a otosclerose e disfunções tubárias.

Testes vestibulares: servem para o diagnóstico de vertigens e tonturas, questões ligadas ao sistema de equilíbrio do corpo. Este conjunto de avaliações busca identificar as labirintopatias, doenças que afetam o labirinto e prejudicam o equilíbrio corporal e a audição.

Audiometria do tronco encefálico: estuda as vias auditivas e pode ser usado para analisar o limiar de audição em crianças nas quais a audiometria convencional não pode ser realizada com precisão. É uma avaliação da audição em nível otoneurológico e auxilia na identificação de tumores e outras patologias otoneurológicas.

Testes de Processamento Auditivo Central: avalia o grau de compreensão das habilidades específicas para interpretar o que ouve, como atenção e discriminação da fala.

Sobre a Dra. Vanessa Furtado

Fonoaudióloga desde 1991, formada pela USC. Especialista em Distúrbios da Comunicação Humana e Otoneurologia pela Universidade Federal de São Paulo e em Neuro-Otologia pela Universitá degli Studi di Milano, na Itália, e Saúde Perinatal, Educação e Desenvolvimento do Bebê pela UnB, por onde também é doutora em Ciências da Saúde, membro da Banca Examinadora e professora convidada da Pós-Graduação. Está na Cliaod desde 1995 e é sócia proprietária, coordenadora e responsável técnica pela Audiologia.

Sobre a Cliaod

São mais de 20 anos de atuação. Atualmente, a Cliaod conta com dez especialistas, entre otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos, focados em oferecer um atendimento de excelência e humanizado, em que cada paciente é tratado de forma única. A equipe toda trabalha centrada em valores como competência, respeito e ética.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Preencha esse campo
Preencha esse campo
Digite um endereço de e-mail válido.

Leia também:

Otorrinolaringologia
e Fonoaudiologia em Brasília

Agende sua consulta