Dificuldade de aprendizagem ou audição?

O exemplo mais famoso é do americano Thomas Edison, que inventou a lâmpada elétrica, entre outras coisas. Considerado, em seu tempo, pelos professores como uma criança difícil, hiperativa, distraída, ele possuía um problema de audição que pode ter gerado alguns problemas de aprendizagem, contornados pela mãe, que depois de tanta reclamação da escola resolveu educá-lo em casa, dando atenção individual. Um diagnóstico mais preciso não foi possível na época, mas o restante da história, todos sabem.

Nem sempre o final pode ser feliz, se não houver um olhar atento da família e dos educadores. De acordo com a otorrinolaringologista da Cliaod, Ana Maria Braga, é preciso estar atento a alguns indícios de perda auditiva na infância, como:

  • atraso na linguagem – a criança pode não ter um vocabulário adequado para a idade,
  • não fala nada ou poucas palavras;
  • distração exagerada;
  • crianças que não obedecem indicações das outras pessoas;
  • retração exagerada;
  • não gostar de muita gente perto;
  • não conseguir brincar bem com outras crianças.

“A criança já em fase escolar vai ter dificuldade de aprendizagem, principalmente na alfabetização”, explica a Dra. Ana Maria. Ela ainda completa que o déficit de aprendizagem pode ocorrer em qualquer idade, mas torna-se mais evidente quando a criança vai à escola, e os colegas, professores e auxiliares conseguem quantificar o que a criança está conseguindo aprender.

Algumas crianças com dificuldade de serem alfabetizadas e com distração excessiva, ao fazerem a avaliação auditiva, são diagnosticadas com perda auditiva, mas há outras que já passaram pelos processos iniciais de aprendizagem com dificuldade relativa, mas que conseguem passar para as séries seguintes, até que, em determinado momento, o processo de aprendizagem é dificultado. Esta criança tem audição normal, mas a forma como o cérebro processa a informação auditiva é que não está correta e esta criança não consegue adquirir os conhecimentos necessários. A médica explica que este também é um problema auditivo, não localizado no ouvido, mas no centro auditivo do cérebro. “O som chega até lá perfeito, mas o cérebro não processa aquele som adequadamente. Nos primeiros anos escolares vai melhor, mas, depois, quando o conhecimento fica mais subjetivo, a criança passa a ter problemas graves de aprendizagem”, explica a médica.

Para que os pais possam perceber os sinais, é essencial que sejam informados das etapas pelas quais a criança passa para aquisição de linguagem e socialização, para que possam identificar o atraso no desenvolvimento dos filhos. Os professores também têm que ficar atentos e identificar a criança que não está conseguindo acompanhar o ritmo de aprendizado da maioria da classe, perceber a criança desatenta ou muito agitada ou, ainda, que tem problemas de linguagem.

A perda auditiva pode acontecer por questões genéticas, patologias congênitas – infecções na gestação, como rubéola, toxoplasmose e malformações congênitas, por patologias neonatais, como a icterícia ou infecções. A prevenção deve ser feita com um bom pré-natal, atenção no momento do parto e a execução de avaliações auditivas ao nascer, antes de entrar na escola e sempre que houver qualquer dúvida se a criança escuta ou não. A solução do problema vai depender da causa da perda auditiva.

O importante é devolver à criança a capacidade auditiva, seja com Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI), com tratamentos clínicos, cirúrgicos ou terapia fonoaudiológica. Também é essencial que um médico otorrinolaringologista faça o diagnostico no bebê, na criança em fase pré-escolar e também na criança que não tem perda auditiva , mas tem uma disfunção na forma como o cérebro processa a informação auditiva . Só depois do diagnóstico feito perfeitamente é que se pode iniciar o tratamento adequado.

Os exames realizados são:

  • emissões otoacústicas nos recém-nascidos;
  • audiometria condicionada;
  • impedanciometria no pré escolar;
  • teste de Processamento Auditivo Central para a criança que tem audição normal e mesmo assim tem dificuldade de aprendizagem.

“Além de todos estes exames, também é possível fazer a audiometria de tronco cerebral (BERA/PEATE) para investigar melhor o quadro auditivo, se o problema está no ouvido ou nas vias auditivas que levam o som ate o cérebro”, completa a Dra. Ana Maria.


Sobre a Cliaod – Clínica de Otorrinolaringologia

A Cliaod está no mercado há 21 anos. Começou no ambulatório e no pronto-socorro de um hospital particular, no Distrito Federal. Aos poucos, veio o reconhecimento pelo serviço prestado, a demanda aumentou e foi preciso ampliar a estrutura. Atualmente, a Cliaod conta com dez especialistas – otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos – focados em oferecer um atendimento de excelência e humanizado, em que cada paciente é visto como único. A equipe trabalha centrada em valores como competência, respeito e ética.


Sobre a Dra. Ana Maria Braga

Graduada em medicina pela Universidade de Brasília, UnB, e com Residência Médica em Otorrinolaringologia no Hospital Universitário de Brasília, HuB, também tem MBA em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas. Aposentada pela Secretaria de Saúde do DF, já atuou no Hospital de Base, Hospital Materno Infantil e foi professora visitante da Universidade de Brasília, na disciplina de Otorrinolaringologia, e na Universidade Católica de Brasília. Na Cliaod, realiza atendimentos na área de Otorrinolaringologia com ênfase em Otologia e Otorrinolaringologia pediátrica.

1 Comentário. Deixe novo

  • Andréa Gonzales
    21/06/2019 16:03

    Adorei esta contribuição informativa por permitir-me melhor compreender o desenvolvimento do aluno com problema auditivo localizado no centro do cérebro. Tenho um aluno com tal problema este ano e, o mesmo, em sua linguagem simples apontou para tal destaque de maneira consciente e participativa.

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