Possuímos um conjunto de tecidos linfoides na faringe chamado Anel Linfático de Waldeyer, formado por estruturas constituídas por tecido linfático: entre elas as adenoides e as amígdalas. Para entender o funcionamento e a importância delas, nossa otorrinolaringologista Dra. Ana Maria de Freitas Machado responde às sete duvidas mais frequentes.
1) Para que servem adenoides e amígdalas?
As adenoides ficam na nasofaringe, numa região chamada cavum, bem atrás das cavidades nasais e acima da orofaringe. Elas sinalizam para o sistema imunológico tudo o que vem do meio externo e passa por elas vindo da cavidade nasal.
As amígdalas ficam no “cruzamento” boca/nariz/garganta e também verificam o que passa por elas vindo do meio externo, passando pela boca.
2) Por que as crianças têm tantas infecções nas vias aéreas superiores?
Acontece que a criança nasce com o sistema imunológico ainda em formação e será construído conforme haja o contato com fatores externos causadores de infecções e também alergênicos. É um processo que dura até a adolescência. Então, durante esse tempo, como a imunidade está mais baixa, o contato muitas vezes resulta em infecção.
3) Por que as amígdalas e adenoides crescem?
Elas trabalham muito na infância por conta da construção da imunidade, visto isso, é normal que nesta fase elas aumentem, inclusive é até considerado natural que crianças tenham essas estruturas maiores do que as dos adultos. Porém, a hipertrofia além do aceitável pelo organismo causa problemas, e o principal deles é a dificuldade de respiração.
“A criança com adenoide muito aumentada sofre de obstrução da passagem do ar, deixa de respirar pelo nariz e passa a respirar pela boca. É o que chamamos de Síndrome do Respirador Oral, uma síndrome que traz outras complicações. O mesmo ocorre com as amígdalas. Quando elas crescem muito, acabam por se juntarem na linha média e atrapalham a respiração”, explica a Dra. Ana Maria.
4) Quais complicações essa respiração pode trazer?
A respiração frequente pela boca provoca mudanças físicas e emocionais:
- crescimento diferente da arcada dentária;
- rosto mais alongado;
- palato (céu da boca) mais alto;
- sono agitado e até apneia (suspensão temporária da respiração – por segundos – durante o sono);
- estatura baixa, por conta da queda da produção do hormônio do crescimento (fabricado enquanto dormimos);
- redução noturna do hormônio antidiurético, que impede de urinarmos enquanto dormimos. Por isso, essas crianças frequentemente apresentam enurese noturna;
- otites frequentes (inflamação no ouvido) que podem levar à perda auditiva;
- irritabilidade;
- distração;
- dificuldades de aprendizagem;
- dificuldade de relacionamento, por conta da irritabilidade.
5) Qual a hora certa de retirar as amígdalas e adenoides?
A idade mais acertada para a cirurgia vai depender da intensidade dos sintomas. Apenas evita-se realizar a operação em crianças com menos de 3 anos de idade. Em geral, a indicação da cirurgia é quando a hipertrofia compromete o dia a dia da pessoa. Exemplos: respiração totalmente comprometida, uso frequente de antibióticos, mais de cinco infecções por ano, ausência nas aulas, otites de repetição, problemas no convívio social por não poder fazer atividades que os demais realizam, como nadar e consumir alimentos gelados, e outros.
Em geral, observa-se que faz a diferença quando o volume das adenoides atinge mais de 70% da área do cavum ou quando as amígdalas estão tão aumentadas que se tocam na linha média da orofaringe.
6) É verdade que a cirurgia no adulto é mais delicada do que na criança?
Sim, principalmente naqueles casos que tiveram mais infecções que a criança. Os adultos reclamam de mais dor e por um período maior.
7) O que fazer se observo esses sintomas?
O ideal é procurar o otorrinolaringologista. Ele é o profissional indicado para realizar o exame clínico, no consultório, solicitar avaliações complementares (se for preciso), dar o diagnóstico e dizer se é o caso de cirurgia ou não.
Saiba mais sobre a Dra. Ana Maria Machado Braga
Graduada em medicina pela Universidade de Brasília, UnB e com Residência Médica em Otorrinolaringologia no Hospital Universitário de Brasília, HuB. Também tem MBA em Gestão em Saúde pela Fundação Getúlio Vargas. Aposentada pela Secretaria de Saúde do DF, já atuou no Hospital de Base, Hospital Materno Infantil e foi professora visitante da Universidade de Brasília, na disciplina de Otorrinolaringologia e na Universidade Católica de Brasília. Na Cliaod, realiza atendimentos na área de Otorrinolaringologia com ênfase em Otologia e Otorrinolaringologia pediátrica. Formou-se em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) em 1988. A Residência Médica foi em Otorrinolaringologia, no Hospital Universitário de Brasília (HUB), em 1992.
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Sabe há quanto tempo a Cliaod está no mercado? Há 23 anos. Tudo começou no ambulatório e no pronto socorro de um hospital particular, no Distrito Federal. Aos poucos, veio o reconhecimento pelo serviço prestado.
Com isso, a demanda aumentou e foi preciso ampliar a estrutura. Atualmente, a Cliaod conta com 11 especialistas otorrinolaringologistas e quatro fonoaudiólogos – focados em oferecer um atendimento de excelência e humanizado, em que cada paciente é visto como único. A equipe trabalha centrada em valores como competência, respeito e ética.